Doenças Tropicais Negligenciadas

A ciência é uma força motivadora constante na sociedade. Ela desempenha um papel crucial na preservação de vidas e na redução das desigualdades sociais. A Organização Mundial da Saúde classifica doenças negligenciadas, como doenças parasitárias tropicais, que afetam cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo, principalmente em países em desenvolvimento.

Essas doenças são chamadas "negligenciadas" porque recebem pouca atenção da agenda global de saúde e financiamento, tornando-se menos atrativas para desenvolvedores de medicamentos e vacinas devido à falta de lucratividade. Além disso, as populações afetadas frequentemente carecem de acesso a tratamentos, saneamento básico e água potável, resultando em um alto número de mortes anuais, afetando especialmente grupos vulneráveis, como crianças, gestantes, populações indígenas e pessoas em áreas rurais e zonas de conflito.

Algumas das doenças negligenciadas incluem a Doença de Chagas, leishmaniose, filariose, tracoma, dengue e raiva transmitida por cães. Mesmo a malária, que não é classificada como negligenciada, afeta uma população negligenciada, mas tem recebido mais atenção recentemente devido ao desenvolvimento de tratamentos e vacinas.

Existem organizações sem fins lucrativos, como a DNDi (Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas) e a MMV (Medicines for Malaria Venture), que trabalham para desenvolver tratamentos e medicamentos para essas doenças, com foco em populações negligenciadas. Essas organizações operam em uma rede global, abrangendo todas as fases do desenvolvimento de medicamentos, desde a pesquisa inicial até os ensaios clínicos em humanos.

A pesquisa nesse campo visa diretamente salvar vidas e melhorar o acesso a tratamentos para as populações mais necessitadas. No entanto, há desafios significativos, como a falta de investimento do Brasil em pesquisa de medicamentos, resultando na dependência de importações de princípios ativos de outros países. Além disso, garantir que esses tratamentos cheguem às populações mais vulneráveis requer políticas públicas eficazes.

A pandemia de COVID-19 também destacou a importância da colaboração global para combater doenças. A lição aprendida com a pandemia é que é necessário usar essa mentalidade de colaboração para enfrentar as doenças que afetam as populações negligenciadas. No final, combater doenças negligenciadas requer não apenas o desenvolvimento de tratamentos, mas também a garantia de que esses tratamentos alcancem as pessoas que mais precisam deles.

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